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Ao contrário de times considerados grandes como Cruzeiro, Fluminense, Botafogo e Atlético Mineiro, o Bragantino já está garantido na Série A de 2020. Com folgas, a equipe do interior paulista liderou toda a segunda divisão nacional e, ontem, com um vitória em cima do Guarani, de Campinas, cravou a volta à elite, depois de mais de 22 anos.
Uma vitória, aliás, bastante emblemática, por tudo o que se transformou o clube após a injeção de dinheiro e de modernidade trazida pela empresa Red Bull. A vitória, em cima do campeão brasileiro de 1978, mas que hoje apresenta dificuldades até mesmo para alcançar resultados medianos, contrapõe os modelos de gestão moderno e ultrapassado, que surgem e que ainda existem, respectivamente, no futebol brasileiro.
O modelo de gestão do Bragantino não é inédito e, inclusive, tem feito sucesso em outros lugares do mundo. Na Áustria, o RB Salzburg tem dominado o futebol e está na fase de grupos da UEFA Champions League neste ano. Na Alemanha, o RB Leipzig também está na fase de grupos da maior competição europeia e terminou o último campeonato alemão no notável terceiro lugar. Já nos EUA, o time de Nova York representa o terceiro modelo de gestão que, além de fazer sucesso em campo, tem levado o nome da empresa de energéticos ao mundo todo.
No Brasil, com investimento reduzido e bem abaixo dos grandes clubes, especialmente de Flamengo e Palmeiras, é difícil imaginar que o Braga possa surpreender e buscar um título nacional, como faz o Salzburg na Áustria, ou uma vaga para a Libertadores, analogamente ao Leipzig na Alemanha. Entretanto, a grande e boa mudança da presença do clube do interior na elite do Brasileirão de 2020 é a diminuição de vagas para clubes amadores.
Ou seja, com o aumento de clubes bem estruturados, como Bahia, Athletico Paranaense e, agora, Red Bull Bragantino, as equipes desorganizadas e mal-gerenciadas perderão espaço e, com o tempo, deverão se acostumar ao triste cenário de brigar para não cair em vez de tentar alcançar, pelo menos, vagas em competições estrangeiras (importantes em termos de visibilidade e, portanto, financeiros).
Esse belo fenômeno já pode ser visto na tabela atual, quando percebemos que clubes bagunçados como Cruzeiro, Fluminense, Botafogo, Atlético Mineiro e Vasco estão abaixo de Bahia e Athletico Paranaense, numa clara ilustração de que tradição já não se mantém e aquele que não se modernizar tende a ficar para trás no cenário nacional.
É possível que, com o tempo, mais clubes modernizados garantam acesso à Série A. Simultaneamente, clubes tradicionais devem se afundar ainda mais, mergulhados na mediocridade de seus cartolas, que buscam se segurar em âncoras afundadas, como o Vasco faz com o Estadual e o Botafogo, que tentou impedir a transmissão internacional do clássico contra o Flamengo desta quinta-feira.
O futebol torce para que o Braga, vice-campeão brasileiro de 1991, possa se manter estruturado e com lugar cativo na Série A. Já não é possível sentir falta de clubes amadores num esporte que busca reencontrar seu espaço e sua qualidade, perdidos desde o início deste século.
Em que campeonato estrangeiro os clubes brasileiros buscam vagas? No campeonato boliviano? No Peruano? No Colombiano? Enfia o dedo no cu e rasga textinho de m…
bom voltar a ter um clube do interior na elite