Créditos da imagem: Rodrigo Buendia/AFP
Jorge Jesus se tornou o grande alvo da semana. Com pitadas de “Professor Pardal”, o treinador português inventou demais e colocou em risco a classificação do Flamengo às quartas de final da Libertadores da América
Depois de anos sofrendo com nomes pra lá de contestáveis na lateral, o torcedor rubro-negro viu o campeão e experiente Rafinha chegar para, no então principal jogo da temporada, jogar na ponta, fora de sua principal função, ocupada mais uma vez pelo mediano Rodinei.
Com isso, as pedras foram jogadas em direção ao treinador, que talvez tenha mesmo arriscado demais. No entanto, é curioso como absolutamente ninguém é capaz de enxergar que, tão culpado quanto o treinador que escala, é o jogador que aceita e se submete a jogar fora da posição.
Tornou-se comum, em jogos da Argentina e da Juventus, boa parte da mídia esportiva brasileira lembrar a fatídica frase do jovem Dybala sobre a impossibilidade de jogar junto de Messi, por ocuparem a mesma faixa dentro do campo.
Embora muito talentoso e com muita bola pra jogar, Dybala ficou marcado por uma sinceridade que, na verdade, nada mais é do que uma autodefesa, a luta pelo direito de ser escalado onde mais pode render e não em posições aleatórias, de acordo com a vontade de treinadores inventivos.
Se até hoje isso lhe custa a titularidade da seleção argentina, pelo menos lhe garante ficar longe de vaias e de críticas por eventuais atuações ruins.
Mesmo assim, Dybala é criticado pelos seguidores da popular Titologia, cujo mantra principal é “o grupo em primeiro lugar”.
No entanto, com Rafinha fora de posição, chegamos ao questionamento sobre quais atitudes dos jogadores realmente colocam o grupo em prioridade.
Ou seja, o que seria melhor para o grupo do Flamengo contra o Emelec: o silêncio de Rafinha e a aceitação em “se sacrificar” pela equipe ou a exigência de jogar apenas de lateral, posição para a qual foi contratado?
No Brasil, treinadores levam a culpa por inventar, ao mesmo tempo em que jogadores se defendem sempre com o mantra do “melhor para o grupo é jogar onde precisar”.
É preciso dar um fim no mea-culpa e entender que o bem do grupo não é ter todos os jogadores para todas as posições, mas ter os melhores escalados onde realmente possam render mais.
Como corajosa e recentemente fez Carlos Sánchez, MEIA atualmente titular do Santos de Sampaoli.
Falou tudo e não disse nada, para variar.