Créditos da imagem: Alex Silva / Estadão Conteúdo
A saída de Fabio Carille -talvez o treinador com início de carreira mais promissor da história do futebol brasileiro- representa mais uma dura derrota para todos nós, cuja gravidade é pouca sentida.
Quero deixar bem claro que não estou julgando moralmente a decisão de um profissional (e, por tudo o que se sabe, também um ser humano) exemplar, que tem todo o direito de escolher os caminhos que achar melhores para a sua carreira. Inclusive, em sua experiência como treinador do Corinthians, só deixou coisas boas para o futebol brasileiro, seja pelo avanço tático promovido, pela não-afetação, por não fechar treinos ou esconder escalações e pela sinceridade e espontaneidade que sempre demonstrou nas entrevistas -o que gerou patrulhas e retaliações de uma imprensa ávida por, enfim, poder criticar alguém que nunca dava motivos para isso (e que apresentava o comportamento sempre ansiado -da boca para a fora- por esses mesmos jornalistas).
Mas Carille estava na crista da onda. Era o seu momento. Seu trabalho era tão excepcional, que, basicamente, não teve frustrações: venceu as três competições que priorizou, sendo eliminado de maneira invicta só de uma Copa do Brasil e de uma Sul-Americana que não foram prioridade. Tudo isso sem investimentos e com uma equipe formada por ele (o que o diferencia de outros novatos vitoriosos, como Oswaldo de Oliveira e Paulo César Carpegiani, que herdaram equipes campeãs formadas por seus antecessores). “Rei dos Clássicos”, seu time respondia especialmente bem em jogos grandes. Vivo nas três competições que disputava neste ano, concorria basicamente com Renato Gaúcho para ser o próximo treinador da Seleção Brasileira, a depender do que acontecerá com Tite após a Copa do Mundo.
Os argumentos conformados na linha “era o bonde passando, ele não sabe se receberia outra proposta dessas depois” ou “resolve ficar, amanhã ou depois perde alguns jogos e é demitido” me parecem absurdos. Carille não é Zé Ricardo ou Jair Ventura. É um técnico que já conquistou títulos importantes, era ídolo em seu clube, basicamente não demonstrou falhas e, segundo noticias, já teria sido considerado até pelo Sevilla.
Outros argumentam que grandes técnicos brasileiros já passaram pela Arábia (ou mesmo China e Japão, que significam a mesma coisa). Mas não em seus momentos de ascensão ou apogeu, o que muda tudo. Atualmente, o que um técnico brasileiro pode sonhar é em fazer história aqui e, a partir disso, ir para a Seleção (como aconteceu com Mano e Tite) ou para a Europa (como Luxemburgo). E Carille estava nesse trilho. Trilho, aliás, que também leva a salários estratosféricos, só que acompanhados de um desafio profissional dos sonhos.
Evidentemente ele poderá voltar para cá quando quiser, oportunidades não faltarão. Mas não faltariam mesmo que, contra todas as evidências, seu Corinthians degringolasse subitamente e fracassasse em tudo. E aí está Roger Machado para não me deixar mentir: depois de aparecer muito bem no Grêmio (mesmo assim, sem títulos ou qualquer feito sequer próximo aos de Carille), caiu na sua segunda temporada, foi para o Atlético, novamente fracassou, e agora ainda encontra espaço no Palmeiras -simplesmente o clube de maior investimento no Brasil.
Quando voltar, será cobrado como um “medalhão”. Pode não encontrar elenco e ambiente tão receptivos quanto tinha no Parque São Jorge. Pode ser que Osmar Loss vá bem e faça parecer que Carille era apenas uma engrenagem de um Corinthians que “funciona sozinho”. Pode ser que novos treinadores tenham se destacado. Pode ser que pareça defasado como hoje Cuca -que há menos de dois anos quase rivalizava com Tite como melhor técnico do Brasil- parece estar se comparado a Renato Gaúcho e ao próprio novo treinador do Al Wehda. Seja como for, precisará recuperar o terreno que já tinha conquistado.
Mal comparando, essa saída é como se o excepcional gremista Arthur fosse jogar na Arábia ao receber uma extraordinária oferta financeira, abrindo mão de toda a grandiosidade que está em seu horizonte, em nome unicamente de uma “antecipação de receitas”.
Mas mais triste do que a perda do competentíssimo ex-corintiano, é a normalidade com que todos a encaram: quando o natural passa a ser abdicar de sequer tentar fazer história e correr atrás dos sonhos, mesmo estando no caminho disso, talvez nós todos já não vejamos qualquer possibilidade real de grandeza, o que expõe o estado deprimente do ambiente futebolístico no outrora “País do Futebol”.
É verdade!!!!!!!! Agora nem discutem mais se deve sair de time grande daqui para pequeno da Europa, não, agora a coisa é sair de grande daqui para pequeno da Arábia mesmo!!!!!!!!!!! Acabou!!!!!!!!!!!
Só hipocrita comentando …até parece se vc trabalhasse em uma empresa e aparece outra oferecendo 3x o seu salario se vc não iria aceitar…Futebol é resultado no BR..se ele perdesse uns 6 jogos seguidos estava demitido, fez certinho o Carille
O fato é que, não só por motivos financeiros, os profissionais do nosso futebol tem preferido trabalhar em times médios ou pequenos de mercados ‘emergentes’ do que em grandes times brasileiros. O Carille é só mais um exemplo. Isso mostra o momento crítico não apenas do organização do futebol, mas da sociedade brasileira de um modo geral.
Esse palhaço sai do Corinthians, ainda tá pensando em leva jogadores, falta de respeito com o próprio clube e o torcedor.
Olha que são uns 10 anos de clube.
Foi bem no corinthians porque os juizes ajudava e agora sera que vai ter ajuda de apito amigo la na arabia sei nao em treinadorzinho meia boca esse carile kkkkkkk
Esse ai ganhou dois títulos com ajuda da arbittagem e acham que ele é um bom técnico… é a mesma coisa que vc ser aprovado em prova na faculdade com ajuda do google… é um baita bostacero esse corintianismo!
Quando Pelé, em 75, por necessidade financeira, decidiu voltar a jogar e foi para o Cosmos, fui entrevistá-lo quase de madrugada, depois de treinar na Vila Belmiro. Indaguei se sabia que torcedores o estavam criticando, porque tinha recusado jogar a Copa de 74, alegando idade e ouvi dele:”Quero que eles se fodam. Se amanhã eu ficar duro, ninguém me irá socorrer. e dirãu que gastei tudo com bebida e loiras””. Penso ter dito o que acho também sobre o Carille. absss