Créditos da imagem: O Defensor
Pintou a brecha. Era inevitável, mas parece que virá antes do imaginado. O afastamento de técnicos medalhões foi uma posição louvável dos dirigentes. Constataram o óbvio: enquanto continuasse o rodízio de técnicos estabelecidos, novos expoentes não se desenvolveriam. Mais: entenderam que erros iniciais destes jovens técnicos não deveriam motivar voltas ao passado. Como principal símbolo, tiveram Tite. Depois de um bom começo, passou anos na periferia dos treinadores. Enfim com uma boa oportunidade, foi campeão no Corinthians e levantou a seleção brasileira. Ainda deixou o auxiliar Carille levando a melhor sobre outros veteranos. Mas nem tudo foi como o desejado, para ele e para os novos. Bom para quem está na espreita, querendo voltar.
Por mais que Tite tenha se livrado de vaias, a campanha mediana na Copa do Mundo atiçou os parceiros de “motivadores” e “estrategistas” de guerras longínquas. “Futebol é resultado, não perfumaria tática” – é o mote de quem nunca simpatizou com essa vertente. Uns por preguiça de se atualizar. Outros por vínculo histórico – quando não interesse – com outros técnicos. Estavam com esta antipatia adormecida, mas farejaram a oportunidade logo no retorno da Rússia. Aproveitaram resultados de Santos e Palmeiras para ironizar a alegação de que “técnico precisa de tempo pra treinar”. Coisa que, quando se tratava dos medalhões deixando de aproveitar o mesmo período, não questionavam. A blindagem do técnico da seleção não se estendeu aos principiantes – até por falta de currículo. Dirigentes, enfim, balançaram.
Os técnicos novos, registre-se, não se ajudaram. Essencialmente, porque são novos e entraram verdes no circuito. Em circunstâncias normais, não eram eles que estariam substituindo os medalhões. No final da década passada, havia uma geração inteira com resultados promissores ou padrinhos – caso de PC Gusmão, autoproclamado pupilo de Vanderlei Luxemburgo. A grande maioria naufragou. Alguns logo de cara. Silas se destacou no Avaí, foi ao Flamengo e desceu ladeira abaixo. Outros tiveram mais longevidade, porém por curtos períodos. Exemplo clássico foi Ney Franco. Encantava nos primeiros meses, cantava rock no Bem Amigos e parava na rua em seguida. Poucos, muito poucos, sobreviveram. Um deles foi Renato Gaúcho, praticamente enterrado na praia até 2016. O peladeiro virou moderno, com a vantagem de estar calejado.
Em meio a tantos fracassos, os medalhões se mantinham firmes. O pensamento dos dirigentes amadores era outro: “se for para trazer mais do mesmo, que seja do mesmo que já ganhou alguma coisa grande, não importa quando”. Até que o “quando” começou a importar, na medida em que a coisa grande não vinha de novo. Quando vinha, era seguida de um desastre. Vide Luís Felipe Scolari levando o Palmeiras a ganhar a Copa do Brasil na base de bola parada de Marcos Assunção, para depois ser sacado com o clube desenganado, rumo a outra Série B. Felipão, contudo, caiu para cima. Preocupados em não levar a culpa por uma derrota em 2014, Marin e cartolas da CBF chamaram o homem do penta e Parreira. O 7 a 1 foi um duro golpe – para a CBF e, mais ainda, para os colegas representados por eles. Na medalhona.
Com medalhões no gelo, mas sem nova geração para substitui-los, foi-se atrás de estrangeiros ou ganhadores de estaduais. Mas os estaduais de hoje não os de trinta anos atrás, longos e fortemente competitivos. Eram cenários em que o então jovem Vanderlei Luxemburgo podia abrir caminho no Bragantino. Agora servem para que Doriva engane com alguns campeonatos – por muito pouco tempo. Já os problemas com os estrangeiros foram a falta de critério (na escolha dos técnicos ou dos elencos) e também a animosidade dos colegas nacionais, amparados pelos amigos da imprensa. Os veteranos brasileiros davam como certa a volta triunfal ainda em 2016. Só que Tite na seleção e nomes como Jair Ventura, Zé Ricardo e Roger Machado fizeram rasgar a passagem. Com o descrédito destes, já estão na área de check in.
A contratação de Scolari pelo Palmeiras, amparada em chavões como “botar os vagabundos pra correr”, redundará em chances a outros, incluindo o rival Luxemburgo. Talvez num clube melhor que o Sport, onde novamente teve um início animador convertido em péssimos resultados. Se o Brasil perder a Copa América de 2019, não seria inimaginável ver a mesmice se repetir no topo. Seria como uma mistura trash de Meia Noite em Paris com Feitiço do Tempo. Inclusive nas justificativas: “carisma ainda conta!”; “ninguém desaprende a treinar!”; “precisamos de gente com culhões!”. Não seria nem Woody, nem Ramis. Kubrick na veia – De Olhos Bem Fechados.
(Colaborou Danilo Mironga)
A volta do Felipão e do Luxemburgo é um filme de terror/comédia no melhor estilo Pânico…
Só faltam ressuscitar o Parreira daqui a pouco!!!!!!!!!!!!!
Tirando Tite, Renato Gaúcho e Carille, só temos “japoneses” atualmente por aqui…
O Timeco da Colônia Fabril da Turiassú não poderia ter feito pior escolha. O Técnico 7X1 está completamente superado (para o futebol atual). EU ADOREI. FICA FELIPÃO !