Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
Na imprensa parece haver uma unanimidade: torcida única não resolve nada, é um absurdo que seja decretada a falência do Estado dessa maneira, que as brigas costumam acontecer fora do estádio e que isso só aumenta a intolerância por não permitir a convivência com o que é diferente.
Bom, concordo com praticamente todos esses pontos. Mas, apesar disso, assuntos complexos não podem ser reduzidos a frases curtas, palavras de ordem ou mantras a serem repetidos ad nauseam. Mas se concordo com aqueles pontos acima, também acho um absurdo que pessoas sejam assassinadas por causa de futebol, que ninguém se sinta confortável para sair com a camisa do time que torce em dias de clássicos, que um enorme contingente policial seja destacado unicamente para “fazer a proteção” de violentas torcidas organizadas do time visitante etc.
No ano passado, o delegado e professor Guaracy Moreira, especialista no assunto, escreveu um texto para o No Ângulo explicando o que ele classificou como a “necessidade de torcida única”. Em dezembro, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, elencou uma série de resultados positivos de clássicos sem a torcida visitante: crescimento de 25% no público, redução da mobilização policial especialmente para os jogos e queda de 75% nos casos de confrontos entre “torcedores”.
Mesmo assim, raramente vejo jornalistas repercutindo esses dados. Porque parecem preferir doutrinar seu público a permitir que este forme seu próprio juízo. Aliás, esse “ativismo” na atividade jornalística é crescente em todas as áreas e só tem reduzido a credibilidade do meio perante a população.
Eu não sei se sou a favor de torcida única, mas certamente o assunto não vem sendo tratado de maneira correta.
O que sei é que sou radicalmente contra aquela cota de 10% para a torcida visitante em clássicos: essa medida só serve para criar uma “tropa de elite” formada por membros de torcida organizada, que precisam de escolta policial permanente, servem de alvo para a torcida mandante e fazem com que milhares de assentos fiquem vagos.
Acho que o assunto deve ser tratado de maneira absolutamente diferente em locais com estádios neutros que comportam estádio dividido meio a meio (como Rio e, potencialmente, Belo Horizonte) e estados em que os clubes mandam em suas próprias casas (como São Paulo e Rio Grande do Sul). É evidente que ver um Mineirão tomado por apenas uma das torcidas é uma tristeza, e isso passar a ocorrer na Cidade Maravilhosa também seria muito lamentável e devemos lutar ao máximo para impedir que isso seja necessário.
Para locais como São Paulo e Porto Alegre, muito melhor seria reservar setores inteiros para a torcida mista, como maravilhosamente é feito nos Gre-Nais (assunto que abordei aqui). Isso tira aquele aspecto de “chiqueirinho” onde a torcida rival fica toda segregada, mostra que o convívio é possível, elimina o desperdício de ingressos e, principalmente, faz com que “ir à casa rival” deixe de ser coisa de torcedor organizado com alta probabilidade de estar metido em violência.
Enfim, um assunto complexo que deve ser tratado como tal, e não da maneira fácil com que tem sido abordado ultimamente. Como diria o tricolor Nelson Rodrigues, “Toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”.
Leia também:
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Um ponto sobre a torcida mista em grenais: não adianta usar o exemplo de mil pessoas civilizadas de cada lado da torcida, enquanto a outra parte se mata pela cidade.
Eu acredito que essas pessoas que frequentam a parte mista, se comportariam da mesma forma se estivessem separadas. Assim como os marginais seriam marginais em qualquer ambiente ou situação.
Há que se acabar, de uma vez por todas, é com as organizadas. É daí que se parte pra uma solução.
Gui, pra mim você matou a questão, é uma diferença entre as pessoas: as civilizadas ficam bem na torcida mista, e os marginais acabam indo para as organizadas.
Essa “chiqueirinho” de 10% para a torcida visitante acabou por décadas servindo de canalização para as organizadas! Elas passaram a ser as detentoras dos “torcedores” visitantes.
O melhor de tudo da torcida mista é que ela acaba com isso! Por isso a minha defesa é da implantação de um setor de torcida mista, por menor do que seja, em vez de voltarmos com aquele tenebroso gueto que só serve para abrigar as organizadas.
Ótimo texto.
Obrigado, Aldem Johnston!
Sim! Apesar de lamentar que o nosso futebol tenha chegado a este ponto, o fato é que ele chegou. Claro que o ideal seria que as torcidas convivessem em paz, desfrutando daquela rivalidade saudável e todo aquele papo. É óbvio. Assim como me parece evidente que aceitar a condição de torcida única é quase como assinar um “atestado de incompetência”, de falência da nossa sociedade. E é exatamente isso que eu proponho: que não tapemos o sol com a peneira, que assumamos essa nossa fragilidade. Em outras palavras, defendo que até que haja uma ação conjunta de conscientização entre todas as partes que “fazem” o futebol (Poder Público, CBF, Federações, clubes, torcidas organizadas, torcedores comuns, mídia etc), o mais prudente (apesar de triste) é que os “jogos de risco” sejam mesmo restritos a uma única torcida. Sob pena de testemunharmos mais mortes (seja dentro do estádio, nos arredores, ou nas “conduções”). O que não pode é a gente aceitar essa condição e nada fazer para mudar esse cenário desolador, no qual predomina o sentimento de impunidade.
SINTO NOJO DAS ORGANIZADAS.
E QUANDO ELES FAZEM AQUELAS DEMAGOGIAS DE ENTREGAS DE ALIMENTOS, ROUPAS DE FRIO…??? PQP!!!
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