Créditos da imagem: globoesporte.com
A rádio Bandeirantes tem um programa – acho que posso chamar assim – com o título “A Bandeirantes não esquece”. Nele, como é fácil perceber, a rádio se mostra atenta aos grandes problemas – crimes, desmandos, praticados por administrações ou pessoas – e atualiza sempre as informações, bate na tecla, cobra…
Assim como a Bandeirantes, outras rádios, com ou sem vinheta tão indicativa, de alguma forma também procuram se mostrar vigilantes, apontando erros, cobrando soluções, no geral.
Na área do esporte, a que militamos, e fixando nas arruaças e crimes praticados por membros das chamadas torcidas uniformizadas, muitos companheiros têm criticado e cobrado providências das autoridades competentes.
É bom, mas é pouco. Se editasse um jornal, escrito ou falado, e me desse permissão, criaria uma sessão tipo “veja como está”, destinada exclusivamente a acompanhar e divulgar como estão as prisões, os processos, o cumprimento de penas dos torcedores que se metem nessas enrascadas. Acho que ajudaria a cobrar providências de quem de direito e a mostrar aos candidatos a vândalos que a lei está funcionando.
Perdi a conta de quantas vidas foram tiradas estupidamente em brigas de torcedores. Lembro-me de um garotinho morto no campo do Nacional. De um outro espancado até a morte numa final da Copa São Paulo de Juniores, numa manhã de domingo, no Pacaembu, jogo São Paulo x Palmeiras. Foi o caso de maior repercussão e, aparentemente, o único que botou alguém na cadeia
E não me engano em afirmar que só aconteceu, porque a TV Globo transmitia a partida e a repercussão, por isso, foi massacrante.
Quando chefiava o esporte da Globo em São Paulo, depois de enviar equipes duas ou três vezes para cobrir reuniões com chefes de torcidas, promovidas pela PM, com discurso de promover a paz entre elas, deixei de fazê-lo. Entendi que eram improdutivas. Davam a eles um status que não mereciam etc.
Assim como achava e continuo achando um erro escoltar torcedores antes e depois de jogos – cuidado que, infelizmente, não se tem, no mesmo nível, com a população.
Bobagem igual, foi fazer de conta que fechavam torcidas, sabendo que a simples mudança de um nome jogava a decisão por terra.
Bobeira maior, por fim, é insistir ser necessária lei especial para processar os briguentos, criminosos. Por que lei especial? Só porque vestem camisa de uma agremiação? Basta aplicar a legislação existente. O código penal, como se fez esta semana. Camisa de torcida não pode valer como habeas corpus preventivo. Carteirinha não pode valer como salvo-conduto.
Li crítica à ação policial, dizendo tratar-se de política. Política foi usar até o Itamaraty para aliviar a barra dos que mataram um garoto de 14 anos na Bolívia.
O futebol precisa de torcedores, não necessariamente uniformizados.
Veja também: Bandido x Torcedor
Só faltou ação semelhante na sede da Mancha Verde tb
Não pode haver 2 pesos e 2 medidas
Se não foram à sede da Mancha, deviam ter ido. Assim como da TUP, onde parece que encontraram algumas coisinhas proibidas, faz um tempinho. É, parece que andaram encontrando também na sede da Gaviões
Como o senhor bem descreveu: “É só aplicar o código penal”. A falta de punibilidade é o que provoca o aumento da violência em diversos setores da nossa sociedade.
Preguiça, Ademir. Amigos delegados já me disseram que dá muito trabalho e acaba sempre em nada…
Muito bom, lei não falta, o que falta é a aplicação dela.
Perfeito, Vicente.
Excelente, José Maria de Aquino! Se tem um assunto que me deixa mal humorado no futebol é o das torcidas organizadas…
Acredito que mais pelos desmandos do que pela presença. Se forem tratadas como todo torcedor, sem bajulação de cartolas e da polícia, poderiam funcionar legal. Mas…